Ainda rastreio os seus passos online. De uma forma
patética, procuro seu nome no chat de conversas e checo quantas das vezes você
fica online. De um jeito ainda mais bobo, mudo as configurações do meu whatsapp
para ver o último horário que você entrou e depois volto a ficar invisível.
Ainda faço isso.
Queria dizer que te superei de vez, que não tenho vontade de
falar com você, que não quero te ver, que você não está no meu sistema,
percorrendo pelas minhas veias, pulsando nas minhas células. E talvez você
realmente não esteja na mesma proporção que estava na primeira semana que me
domou, mas é mentira dizer que foi embora por completo.
Porque eu ainda rastreio seus passos online.
Ainda sinto um breve sentimento de surpresa remexer dentro de mim, sempre que os nossos horários batem. Ainda desejo postar coisas só para você ver. Ainda interpreto que você me quer, por ser uns dos primeiros a olhar meu storie. Ainda penso que por algum motivo você vai me chamar.
Então você não foi embora por completo, porque ainda busco migalhas da sua companhia por aí.
Busco algo que tive quando você foi conversar comigo pela
primeira vez, busco voltar no tempo quando inventei uma desculpa para não te
encontrar, naquela primeira data, busco a fixação que você teve com o que eu
poderia representar, busco a vontade que eu nunca mais encontrei, mesmo quando
eu me esforçava para lhe agradar.
Busco tudo que tive em poucos dias e depois esvaeceu. Sumiu.
Voltou só o pouco, o adiável, o sem tempo.
Ainda escrevo sobre você, acho que isso é pior do que rastrear
o horário que você entrou para conversar com as pessoas que importam na sua
vida e nem se quer passou pela minha janela.
Me pergunto de forma patética, se você faz a mesma coisa.
Se tem vontade de falar comigo, se vê os meus horários visitados nos
aplicativos, se abre minha janela de vez em quando. Será que viu minha nova foto
sorrindo? Será que passou pela cabeça elogiar meu sorriso? Será que teve
vontade de estabelecer um novo contato?
Ou será que tudo bem ir embora e não deixar acontecer, porque
já perdeu a graça faz tempo e só eu que não me toquei.
Talvez burra, eu me perco entre as duas opções. As
estatísticas do que eu vejo, são iguais para os dois caminhos. Talvez em
negação, eu me recuse a acreditar que fui capaz de ir tão fundo em algo que era
tão raso e para piorar, eu fui sozinha, quando era você que queria me mostrar
toda a beleza do seu oceano.
Talvez eu tenha me apegado a necessidade de suprir minha carência
e a certeza que eu tinha que você ia me amar.
Talvez era necessário eu quebrar a cara gentilmente só para
ter noção de que não tenho certeza de nada.
Talvez seja melhor seguir meu plano.
Sumir por tanto tempo, resistir por tantos dias, que quando
eu tiver prestes a deixar de só visitar seu perfil e me arrastar para suas notificações
de novas mensagens, eu perceba que é tão tarde, que nem faz sentido acontecer.
Confesso que não foi tão difícil como antes.
Apesar de ainda rastrear seus passos online.
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